O governador da Bahia, Jacques Wagner, criticou hoje
a adesão do PT ao protesto sem a definição de uma pauta específica de
reivindicação. Afirmando que “o PT tem responsabilidade com a nação”,
Wagner disse temer a idolatria ao movimento. “É correto o PT não
hostilizar nem criminalizar o movimento. Agora, precisa saber como
entra. Não pode engrossar uma coisa difusa. Tenho medo dessa
glamourização”.
Wagner evitou comentar o teor das entrevistas do
presidente nacional do PT, Rui Falcão, que conclamou a militância do PT
a engrossar as manifestações. Insistiu, porém, que o papel do partido é
identificar as demandas e seus interlocutores dentro do movimento. Não
“fazer massa”. Se não, “vira woodstock”. “Tem que organizar a demanda.
Está protestando por quê? Como viabilizar? Se não, vira woodstock”,
afirmou o governador. E acrescentou: “Com que objetivo o PT pede para a
militância entrar no movimento, é para fazer massa? Estou fora. A
gente é presidente, governador, deputado...Quem está na rua não está
identificando nos partidos políticos veículo de transformação. E o PT
faz parte da política. O PT vai para rua fazer o quê? Só dizer que não
está contra?”
Enfrentando protestos no Estado, o governador do Rio
Grande do Sul, Tarso Genro, informou, por intermédio de sua
assessoria, que não comentaria as declarações de Falcão nesta
quinta-feira porque precisava se dedicar à segurança durante as
manifestações. O governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, foi
aconselhado a não polemizar com o presidente do PT. A reportagem apurou
que a iniciativa de Falcão contraria aliados do prefeito de São Paulo,
Fernando Haddad. No Palácio dos Bandeirantes a preocupação foi com a
garantia da integridade física de petistas durante protestos. A
avaliação é de que a participação de políticos nas ruas gera mais
tensão.
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