O ex-ministro José Dirceu, condenado no processo do mensalão a dez anos
de prisão, afirmou, em entrevista publicada nesta quarta-feira pelo
jornal Folha de S.Paulo, que foi “assediado moralmente” por
mais de seis meses para receber o então candidato a ministro do Supremo
Tribunal Federal (SFT) Luiz Fux (ele seria indicado a ocupar uma cadeira
no STF pela presidente Dilma Rousseff em fevereiro de 2011). No
encontro, do qual Dirceu diz que não era a favor, Fux teria falado, “de
livre e espontânea vontade”, que o absolveria no processo do mensalão -
Fux votou pela condenação de Dirceu.
Em dezembro do ano passado, Fux admitiu à Folha que encontrara
Dirceu quando estava em campanha para o STF, mas negou ter prometido sua
absolvição. Ele disse que leu o processo depois e que ficou
"estarrecido". José Dirceu disse que a afirmação de Fux de que não sabia
na época de sua condição de réu no mensalão é "tragicômico" e "soa
ridículo, no mínimo". No encontro, Dirceu disse ao agora ministro do STF
que não o absolvesse, uma vez que não havia provas contra ele. O
petista declarou ainda que é evidente que o julgamento do mensalão foi
“político”, “deliberadamente marcado com as eleições (municipais de
2012)”, e que é inocente. A defesa de Dirceu deve apresentar recurso
contra a sua condenação.
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