Os bombeiros foram aplaudidos por manifestantes quando
chegaram aos arredores da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro
(Alerj), na noite desta segunda-feira. Contudo, quando a Tropa de Choque
chegou com gás lacrimogêneo e balas de borracha para dispersar
manifestantes que invadiam a Alerj, os bombeiros ficaram entre os
vândalos e os policiais.
"O que vocês estão fazendo? Vocês estão malucos? Só tem
bombeiro e repórter aqui", gritou um bombeiro que não quis se
identificar. Pelo menos um deles ficou ferido por um tiro de bala de
borracha. "Essa foi uma péssima operação. Vou relatar isso ao meu
comandante", disse outro militar da corporação, que não também pediu
para não ter o nome divulgado.
Manifestante ferido
Um manifestante teria sido ferido com um tiro durante protesto em frente à Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) na noite desta segunda-feira. Cleberson de Oliveira, 21 anos, foi atingido no braço direito e socorrido inicialmente por médicos voluntários da Universidade Federal Fluminense (UFF) que acompanham a manifestação. A vítima garante que foi baleada, mas os médicos suspeitam que o ferimento possa ter sido causado por estilhaços de vidro.
Um manifestante teria sido ferido com um tiro durante protesto em frente à Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) na noite desta segunda-feira. Cleberson de Oliveira, 21 anos, foi atingido no braço direito e socorrido inicialmente por médicos voluntários da Universidade Federal Fluminense (UFF) que acompanham a manifestação. A vítima garante que foi baleada, mas os médicos suspeitam que o ferimento possa ter sido causado por estilhaços de vidro.
"Estava na escadaria da Alerj, do lado esquerdo, quando
fui atingido. Não consegui ver se foi policial ou manifestante. Só senti
a dor e saí correndo", disse Cleberson. Uma equipe do Serviço de
Atendimento Móvel de Urgência (Samu) encaminhou o jovem para o hospital
Souza Aguiar.
O estudante de Medicina da UFF Juan Médici, que prestou
os primeiros socorros à vítima, disse acreditar que Cleberson não foi
baleado. "Pelo que eu vi do ferimento, foi estilhaço de vidro. Se
tivesse sido baleado, provavelmente teria fraturado o braço dele",
afirmou.
Os manifestantes entraram em confronto com policiais em
frente à Alerj. No fim da noite, um grupo conseguiu invadir o prédio da
Assembleia, quebrou janelas, ateou fogo na porta e tirou cadeiras de
dentro do edifício.
Policiais presos dentro da Alerj
Dezenas de PMs e funcionários ficaram presos dentro da Alerj, cercada por manifestantes. Eles negociaram com os que protestavam para sair com os policiais que ficaram feridos durante a invasão. Oficialmente, cinco estão machucados, mas havia informações de que até 20 PMs estariam feridos. Por volta das 23h15, a Tropa de Choque chegou ao local e usou bombas de gás lacrimogênio. Às 23h45, os policiais deixaram a Alerj.
Dezenas de PMs e funcionários ficaram presos dentro da Alerj, cercada por manifestantes. Eles negociaram com os que protestavam para sair com os policiais que ficaram feridos durante a invasão. Oficialmente, cinco estão machucados, mas havia informações de que até 20 PMs estariam feridos. Por volta das 23h15, a Tropa de Choque chegou ao local e usou bombas de gás lacrimogênio. Às 23h45, os policiais deixaram a Alerj.
Funcionários dizem que havia mais de 100 pessoas dentro
do prédio. "Ficamos numa sala no segundo andar, presos. Eles jogavam
muitas pedras do lado de fora. Está tudo arrebentado, janelas, portas.
Algumas pessoas entraram em pânico. Tinham três PMs feridos com a gente.
Nunca imaginei que pudesse acontecer isso. Eles quebraram tudo, é uma
pena", disse o supervisor dos ascensoristas, Robert Rodrigues.
Um dos PMs feridos foi identificado como sargento
Washington, que está machucado no olho, vítima de um rojão. Outros
policiais foram atingidos por pedradas. Durante a confusão, PMs deram
tiros de fuzil para o alto para tentar dispersar a multidão.
Policiais à paisana estavam do lado de fora, circulando
entre os manifestantes. Um deles foi até um orelhão e dizia para um
interlocutor. "É melhor chamar mais gente, porque vai dar merda".
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