A Justiça Federal de Jaú, no interior de São Paulo,
concedeu habeas corpus na tarde desta sexta-feira a três suspeitos que
haviam sido presos pela Polícia Federal em uma operação de repressão ao
tráfico de drogas em Bocaina, que culminou com a morte de um agente.
Entre eles está o piloto da aeronave do tipo Cessna, modelo 210, que foi
abatida pelos federais durante ação policial, além de um casal que
tentou dar fuga aos membros da quadrilha. A informação foi confirmada
pelo delegado que coordena as investigações, Ênio Bianospino, na noite
desta sexta-feira. Funcionários do fórum da Justiça Federal em Jaú têm
ordens expressas para não comentar o assunto.
A PF não divulga a identidade dos envolvidos, mas, de
acordo com o delegado, os integrantes da quadrilha têm passagens pela
polícia por homicídio, tráfico, roubo e associação para o tráfico. Dois
suspeitos continuam presos no Centro de Detenção Provisória (CDP) de
Bauru.
A mulher, que já havia sido encaminhada pela PF à cadeia
feminina de Pirajuí (SP), seria amante do outro homem solto nesta
sexta-feira. Durante o cerco policial, o casal aguardava em um veículo,
estacionado às margens da rodovia, para dar fuga aos criminosos.
Questionado pelo Terra sobre a decisão
judicial, Ênio Bianospino preferiu não comentar. "Prefiro que cada um
tire suas próprias conclusões a respeito", disse.
Ao longo de toda esta sexta-feira, com o apoio do
helicóptero Águia da Polícia Militar, equipes da PF realizaram buscas na
região de Bocaina.
Durante a ação policial, na noite de quarta-feira,
policiais federais aguardavam em campana pela aterrissagem de uma
aeronave de pequeno porte em uma pista rural localizada em meio a um
canavial às margens do km 136 da rodovia Comandante João Ribeiro de
Barros (SP-255). Com a aproximação do avião, integrantes da quadrilha
que aguardavam a entrega do carregamento em solo, perceberam a presença
dos policiais e começaram a atirar. Os policias revidaram e o piloto
tentou arremeter, mas a aeronave não conseguiu levantar voo e acabou
caindo, pegando fogo em seguida. O piloto conseguiu se salvar.
Durante confronto com os traficantes, o agente da PF
Fábio Ricardo Paiva Luciano, 38 anos, foi morto com um tiro no peito. A
estimativa da polícia é que a aeronave estivesse transportando cerca de
500 quilos de entorpecente, possivelmente pasta base de cocaína. De
acordo com o delegado, a droga foi queimada quando o avião se incendiou.
Fuzis de uso exclusivo das forças armadas, além de coletes à prova de
balas e munições, foram apreendias pela PF. O material estava em um
veículo com placas de Campinas (SP) abandonado pela quadrilha. A polícia
investiga a participação de outras pessoas na ação.
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