quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Com dossiê, Andrés aposta em "diálogo", mas cogita boicote à Libertadores

O ex-presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, convocou nesta quarta-feira ao Parque São Jorge personalidades do futebol como o deputado federal Romário, o argentino Diego Maradona e vários ex-jogadores e dirigentes sul-americanos com o propósito de anunciar o início de um movimento para "moralizar" o esporte no continente. Ele exigiu mudanças na política financeira da Conmebol e afirmou que tentará alcançar os objetivos por meio do diálogo, mas não descartou um eventual boicote do time alvinegro à Copa Libertadores da América e a outras competições da entidade.

Munido de uma auditoria feita de forma independente e que aponta desvios milionários nas finanças da Conmebol, o grupo reunido por Andrés atacou nomes fortes da federação sul-americana, principalmente o presidente Eugenio Figueredo e os dirigentes Julio Grondona e Marco Polo Del Nero - este último, possível adversário do corintiano nas eleições presidenciais da CBF no ano que vem. O "dossiê" contra a confederação deverá ser usado para pressionar os cabeças da entidade que comanda o futebol da América do Sul.

"Está sendo montada uma comissão de clubes, ex-atletas e algumas associações de jogadores, para mostrar (a auditoria) onde tem que se mostrar em primeiro lugar, que é a Conmebol, e exigir todas as mudanças. Se não tivermos isso, aí sim vamos tomar a atitude que cabe ser tomada. A princípio vamos tentar, somos pessoas de diálogo. Se não der, aí podemos fazer outras coisas, pode não ter campeonato, vamos ver lá para frente", disse Sanchez.

O ex-mandatário corintiano, assim como os companheiros de reunião, não especificou em nenhum momento os valores ou detalhes da auditoria - apenas que foi feita por uma "empresa internacional". O presidente do Bolívar, Guido Mariaca, explicou depois que as diferenças entre as cifras reais de contratos da Conmebol e o que era repassado aos clubes estavam na casa das "dezenas de milhões de dólares", e que o alerta foi dado inicialmente pelos clubes do Uruguai.

"No futuro, vamos ver o que vai acontecer. O que não pode é continuar da maneira que está. O Corinthians tem que pagar para jogar (a Libertadores), por exemplo, e os clubes recebem muito pouco. Haverá outras reuniões para chegarmos à conclusão disso (medidas efetivas a serem tomadas)", declarou Andrés.

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