O ex-presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, convocou
nesta quarta-feira ao Parque São Jorge personalidades do futebol como o
deputado federal Romário, o argentino Diego Maradona e vários
ex-jogadores e dirigentes sul-americanos com o propósito de anunciar o
início de um movimento para "moralizar" o esporte no continente. Ele
exigiu mudanças na política financeira da Conmebol e afirmou que tentará
alcançar os objetivos por meio do diálogo, mas não descartou um
eventual boicote do time alvinegro à Copa Libertadores da América e a
outras competições da entidade.
Munido de uma auditoria feita de forma independente e
que aponta desvios milionários nas finanças da Conmebol, o grupo reunido
por Andrés atacou nomes fortes da federação sul-americana,
principalmente o presidente Eugenio Figueredo e os dirigentes Julio
Grondona e Marco Polo Del Nero - este último, possível adversário do
corintiano nas eleições presidenciais da CBF no ano que vem. O "dossiê"
contra a confederação deverá ser usado para pressionar os cabeças da
entidade que comanda o futebol da América do Sul.
"Está sendo montada uma comissão de clubes, ex-atletas e algumas associações de jogadores, para mostrar (a auditoria)
onde tem que se mostrar em primeiro lugar, que é a Conmebol, e exigir
todas as mudanças. Se não tivermos isso, aí sim vamos tomar a atitude
que cabe ser tomada. A princípio vamos tentar, somos pessoas de diálogo.
Se não der, aí podemos fazer outras coisas, pode não ter campeonato,
vamos ver lá para frente", disse Sanchez.
O ex-mandatário corintiano, assim como os companheiros
de reunião, não especificou em nenhum momento os valores ou detalhes da
auditoria - apenas que foi feita por uma "empresa internacional". O
presidente do Bolívar, Guido Mariaca, explicou depois que as diferenças
entre as cifras reais de contratos da Conmebol e o que era repassado aos
clubes estavam na casa das "dezenas de milhões de dólares", e que o
alerta foi dado inicialmente pelos clubes do Uruguai.
"No futuro, vamos ver o que vai acontecer. O que não
pode é continuar da maneira que está. O Corinthians tem que pagar para
jogar (a Libertadores), por exemplo, e os clubes recebem muito pouco. Haverá outras reuniões para chegarmos à conclusão disso (medidas efetivas a serem tomadas)", declarou Andrés.
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