O empresário João Fernando Gomes de Souza, de 33 anos, condenado pelo crime de estelionato pela Justiça do Sergipe, foi preso na tarde desta quarta-feira (4) em Lauro de Freitas.
De acordo com investigação da Polícia Civil, ele estava praticando
crimes similares aqui na Bahia, onde lesou mais de 15 pessoas nas
últimas semanas. João Fernando Gomes prometia às vítimas empregos em
grandes empresas como a Petrobras, mediante o depósito de uma taxa de
inscrição inexistente em uma conta bancária.
Ele conta que os dois se conheceram em uma corrida
de táxi: "Até então ele parecia ser uma pessoa simpática, de boa
aparência", afirma, explicando que passou três dias dirigindo com ele.
Depois, o empresário fez a proposta de emprego: afirmou que possuía
contatos na Petrobras e que estava com dez veículos "encostados" no
pátio da empresa, necessitando de motoristas. Para trabalhar na
companhia, contudo, ele teria que tomar o curso de movimentação
operacional de produtos perigosos (MOPP) - um investimento que, segundo o
empresário, ficava na faixa dos R$ 1,2 mil.
Tiago Silva decidiu apostar na sorte e comprometeu
R$ 600 de seu orçamento com João Fernando Gomes, acreditando que poderia
se tornar motorista da Petrobras. "Ele pegou minha foto, carteira de
trabalho, todos os meus documentos e disse para ficar despreocupado.
Falou que precisava adiantar essa documentação para começar a fazer o
curso", explica. O empresário também mostrou o contrato de trabalho, uma
lista de carros da Petrobras e até uma carteirinha da empresa
falsificada com sua foto e nome. "Uma série de provas para me convencer
de que ele possuía mesmo esse contato na empresa", resume Tiago.

Com a ajuda de Tiago, estelionatário conseguiu reunir grupo de seis pessoas
Com a ajuda de Tiago, estelionatário conseguiu reunir grupo de seis pessoas
À pedido do estelionatário, o taxista incluiu outros
colegas de trabalho no esquema de contratação fictício e, através dele,
João Fernando Gomes conseguiu reunir um grupo de seis pessoas. Até
mesmo emprego no setor administrativo da empresa ele chegou a prometer -
e foi aí que Tiago começou a ficar desconfiado. Apesar disso, ainda
aceitou emprestar R$ 200 para ajudar um amigo a participar do esquema
também.
Na semana seguinte começaram os problemas e as
desculpas do estelionatário para se desfazer das vítimas: na
segunda-feira, seu avô supostamente teve um enfarto e ele precisou
viajar para Santo Antônio de Jesus. Após a morte do avô, sua esposa, que
estaria supostamente grávida, estava perdendo o filho após saber da
notícia do falecimento.
Desconfiado, Tiago decidiu realizar uma pesquisa
sobre o empresário na internet e, então, descobriu todos os casos de
estelionato cometidos por ele em Sergipe. Neste estado, ele é acusado de
cometer golpes no valor de R$ 300 mil. "Quase enfarto, eu quase morro.
Eu fiquei parecendo um papagaio dentro de casa, mudando de cor a cada
segundo", descreve sua reação ao descobrir que havia caído em um golpe.
Outra vítima
De acordo com o delegado Joelson Reis, da 23ª Delegacia Territorial (Lauro de Freitas), uma das vítimas mais recentes do golpista foi uma funcionária de um supermercado, lesada em R$ 1 mil. Ela afirma que foi abordada pelo empresário em seu local de trabalho, no final de agosto, onde ele ofereceu uma suposta vaga de trabalho na Petrobras.
De acordo com o delegado Joelson Reis, da 23ª Delegacia Territorial (Lauro de Freitas), uma das vítimas mais recentes do golpista foi uma funcionária de um supermercado, lesada em R$ 1 mil. Ela afirma que foi abordada pelo empresário em seu local de trabalho, no final de agosto, onde ele ofereceu uma suposta vaga de trabalho na Petrobras.
Assim como Tiago, ela forneceu dados pessoais e foi
convencida a depositar R$ 700 em uma conta bancária, tendo repassado
mais R$ 300 no dia seguinte. Ela aguardou uma semana para ser
encaminhada à sede da empresa, conforme orientação do empresário, mas
este afirmou ter adiado o compromisso.
Desconfiada, ela procurou a
delegacia e registrou uma queixa contra João Fernando. A partir disso,
os investigadores constataram que este era o mesmo homem que já havia
sido denunciado por outras vítimas do estelionatário, que está preso na
carceragem da delegacia à disposição da Justiça.
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