domingo, 1 de setembro de 2013

Documentos apontam que Dilma foi alvo de espionagem dos EUA

Documentos que fazem parte de uma apresentação para o público interno da Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos mostram a presidente Dilma Roussef como alvo de espionagem americana. Os arquivos, classificados como ultrassecretos, fazem parte do material que o ex-analista da NSA Edward Snowden, que divulgou o sistema de espionagem americano, entregou ao jornalista Glenn Greenwald. As informações são do Fantástico.

Os papéis mostram que os EUA espionaram comunicações de Dilma com seus principais assessores e dos assessores entre eles e com terceiros. A apresentação secreta se chama "filtragem inteligente de dados: estudo de caso México e Brasil" e tem como alvo Dilma e o presidente do México, Enrique Peña Nieto, então candidato líder nas pesquisas para a presidência.



No caso da espionagem contra a presidente Dilma, o objetivo da operação é chamado de "Goal": "melhorar a compreensão dos métodos de comunicação e dos interlocutores da presidente do Brasil, Dilma Rousseff, e seus principais assessores". O material também traz um gráfico que mostra toda a rede de comunicações da presidente com seus assessores. Na última página, o documento diz que o método de espionagem usado é "uma filtragem simples e eficiente que permite obter dados que não são disponíveis de outra forma. E que pode ser repetido."

A NSA fecha o material dizendo que a união de dois setores da agência teve sucesso contra dois alvos de alto escalão, Brasil e México. “Ficou muito claro, com esses documentos, que a espionagem já foi feita, porque eles não estão discutindo isso só como alguma coisa que eles estão planejando. Eles estão festejando o sucesso da espionagem”, afirmou Glenn.

Presidente do México tem mensagens de texto interceptadas
Na espionagem a Peña Nieto, a NSA interceptou mensagens de texto por telefone do então candidato usando o programa "Association", que pega as informações que circulam nas redes sociais. Em uma parte do documento, sob o título “mensagens interessantes”, trechos de conversas por texto são citados. Em um deles, Peña Nieto conta quem seriam alguns de seus ministros - que só tomariam posse seis meses depois da eleição.

Brasil: amigo, inimigo ou problema?
Em outro documento, a NSA enumera os desafios geopolíticos dos Estados Unidos de 2014 a 2019 e afirma que o surgimento do Brasil e da Turquia no cenário global é classificado como risco para a estabilidade regional. O País aparece em uma lista na qual há também Egito, Índia, Irã e México e que tem como título: “Amigo, inimigo ou problema?”.

Um terceiro documento também mostra que uma divisão inteira da NSA é dedicada à política internacional e atividades comerciais, com um setor encarregado de países da Europa Ocidental, Japão, México e Brasil.

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