terça-feira, 19 de novembro de 2013

Pelo menos 18 pessoas são presas em ação contra pedofilia em 11 Estados

Pelo menos 18 pessoas haviam sido presas em flagrante até as 11h desta terça-feira na Operação Glasnost, classificada pela Polícia Federal como uma das maiores no combate à pornografia infantil na internet já feita no País. A ação foi deflagrada após dois anos de investigações de perfis de usuários de um site de relacionamento russo, usado como ponto de encontro de pedófilos. Ao todo, foram expedidos um mandado de prisão preventiva, 85 mandados de busca e apreensão e 20 de condução coercitiva em 11 Estados: São Paulo, Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Alagoas, Ceará, Maranhão, Minas Gerais, Bahia e Goiás.

De acordo com a polícia, com os presos foram encontradas imagens de pornografia infantil. Dentre os detidos, sete foram presos no Paraná, sete em São Paulo, há ainda presos no Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Com auxílio do FBI, a polícia federal americana, um mandado de prisão está sendo cumprido nos Estados Unidos.

Segundo o delegado Flávio Setti, responsável pela operação, os presos e os suspeitos têm os mais diversos perfis de idade e profissões, incluindo um policial militar, um oficial da Aeronáutica, professores e um chefe de grupo de escoteiros. Em comum, apenas, o fato de serem homens e usarem o site russo, cujo nome é mantido em sigilo.

"Há dois anos, na prisão de um pedófilo, chegou-se a esse site. Depois, mais dois presos confessaram usar o mesmo site para compartilhar material. Então, começamos a investigar os usuários brasileiros desse site, que é uma rede para compartilhamento de fotos normais, mas que vem sendo usado pelos pedófilos para compartilhar, de forma privada, pornografia infantil. Eles usam o site como ponto de encontro e trocam as fotos por email ou de outra forma", disse o delegado, informando que 300 usuários brasileiros do site estão sendo investigados.

Entre os materiais apreendidos pela polícia estão fotos de crianças sendo abusadas pelos próprios pais. "Eles trocam imagens com outros pais, produzem as fotos para terem moeda de troca com os outros pedófilos", contou o delegado. "O mais triste é que são crianças muito pequenas. Algumas sequer podem contar para outra pessoa o que está acontecendo. Há fotos de bebês sendo abusados", acrescentou.

O delegado lembrou que só o fato de se possuir imagens de pornografia infantil é crime previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente, com pena prevista de um a quatro anos de detenção. "Se compartilhar as imagens, a pena sobe para três a seis anos e se torna inafiançável", reforça. Todos os suspeitos presos ou ouvidos pela Polícia Federal tiveram seu material genético coletado. "É uma novidade que vai auxiliar muito na investigação de novos crimes", comentou o delegado. A operação, que ocorre em 45 municípios de 11 Estados, segue à tarde e novas prisões podem ocorrer", completou. 

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